Mélenchon e a revolução cidadã
Por Adamastor
Do Opera Mundi
Mélenchon: "estamos em uma revolução cidadã, que vai além das eleições"
Lamia Oualalou/Opera Mundi
Por muito tempo, o candidato da esquerda francesa Jean-Luc Mélenchon foi ridicularizado em programas de televisão, onde era chamado de “o fantasma de Georges Marchais”, ex-secretário geral do PCF (Partido Comunista Francês). Porém, assim como Marchais, o candidato da Frente de Esquerda fala alto e é apontado como o melhor orador na campanha pela Presidência da França.
Mélenchon não tem medo de assumir um discurso radicalmente esquerdista e de reivindicar valores “vermelhos”. Apesar de adorar gravatas de todos os tipos, ele decidiu usar essa cor para a campanha. É também o tom das bandeirolas que os apoiadores agitam nos comícios da Frente de Esquerda – os outros candidatos optaram por cartazes azul, branco, vermelho, as cores da bandeira nacional.
No entanto, segundo as pesquisas de intenção de voto, é Mélenchon quem melhor encarna a irmandade, um dos três valores da República francesa. Quando começa um discurso com "meus amigos, meus camaradas", a voz soa verdadeira. Os eleitores sentem, e até sabem que ele se incomoda com a desigualdade quando denuncia o “capitalismo selvagem, sanguinário de tanta miséria”. Os defeitos, por sua vez, não faltam: o programa econômico não convence, faltam números. Mas, em uma campanha marcada por tecnocratas, ele ganhou um estatuto à parte. O candidato da Frente de Esquerda batalha pelo primeiro lugar, apesar de saber que é uma tarefa difícil. Aliás, após meses de ataque ao socialista François Hollande, ele mudou de estratégia, sabendo que seus eleitores vão escolher a esquerda no segundo turno. Agora, as críticas mais contundentes são concentradas sobre o presidente Nicolas Sarkozy, e especialmente sobre Marine Le Pen, a candidata da Frente Nacional, o partido de extrema-direita
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