Abertura de vagas na indústria triplica em outubro, diz governo
17,5 mil vagas foram criadas no período, ante 5,2 mil em outubro de 2011.
Ministério do Trabalho avalia que este pode ser o início da
recuperação.
Apesar da forte
queda de 46,8% na criação de empregos formais em outubro deste ano,
informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (23)
mostram que a abertura de vagas na indústria de transformação mais do que
triplicou no período.
"Normalmente, quando a indústria cresce, tudo floresce. Isso pode ser o início da recuperação do emprego na indústria", declarou o diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly.
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Mesmo com a recuperação em outubro, os dados mostram que, no acumulado dos dez primeiros meses deste ano, o emprego formal no setor sentiu os efeitos da crise financeira. De janeiro a outubro de 2012, o número de vagas abertas na indústria de transformação somou 280 mil postos de emprego, com queda de 31% frente ao mesmo período do ano passado (407,5 mil vagas abertas).
Fim do ajuste de estoques
Nesta sexta-feira (23), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o indicador de evolução da produção industrial teve forte crescimento em outubro, passando de 47,1 pontos em setembro para 54,9 pontos em no mês passado. De acordo com a metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam evolução positiva da produção.
"A expansão da produção se deu com o fim do
ajustamento de estoques no setor", informou a CNI em comunicado à imprensa.
Já o indicador de estoques efetivos em relação ao planejado alcançou em 50,5
pontos, ficando muito próximo da linha divisória de 50 pontos pelo segundo mês
seguido.
Para o economista da Tendências Consultoria, Rafael Bacciotti, a produção
industrial, depois de um mês de setembro fraco, realmente voltou a crescer no
mês passado. "O índice de produção da CNI cresceu e, além disso, o nível de
estoque foi ajustado. Significa que, mantendo um quadro de demanda melhor, a
atividade industrial pode avançar", declarou ele.
Em setembro, a produção da indústria brasileira registrou
queda de 1% em setembro, na comparação com o mês anterior, segundo
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
No caso do emprego na indústria, porém, dados do IBGE mostram, segundo ele,
que ele continua "parado". "Não tem grandes alterações, mas os dados do Caged
mostram que isso pode ser um início de retomada. Nos útlimos meses, indústria
tem contribuído positivamente para manter uma criação de vagas na economia. Mas
é difícil falar que é um quadro muito animador", avaliou ele.Ano de 2013
Para Rafael Bacciotti, o ano de 2013, entretanto, tende a ser melhor do que este ano. "A indústria deve mostrar alguma recuperação, embora as dificuldades ainda permaneçam. Têm uma série de fatores que ajudariam a produção, como o câmbio acima de R$ 2 e as desonerações de tributos, que podem dar um folego para a produção indsutrial, embora o contexto interancional continue conturbado", concluiu.
Para o presidente da CNI, Robson Braga, há otimismo sobre 2013. "As medidas que foram tomadas e estão sendo implementadas darão resultados”, afirmou. Apesar dos avanços, ele julgou, entretanto, que ainda há muito a ser feito. "Ainda precisa resolver as questões da guerra fiscal, do Reintegra, dos juros do PSI, dos juros do cartão de crédito, do custo da energia", declarou ele.
Para os empresários, o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), programa que dá crédito presumido de 3% sobre as exportações para compensar os créditos tributários não recuperáveis, e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), precisam ser renovados em dezembro deste ano.
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