Arrecadação de impostos no RN cresceu 59% em cinco anos
A
arrecadação de tributos junto aos potiguares cresceu 59,45% nos últimos cinco
anos, considerando o somatório pago às esferas municipal, estadual, federal e à
União. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)
e mostram que, somente em 2013, os norte rio-grandenses pagaram R$ 4,090
bilhões em tributos. Neste ano, de janeiro até a última sexta-feira, os valores
pagos pelos contribuintes potiguares às diversas esferas de poder já tinham
alcançado a casa dos R$ 900 milhões.
Para
se ter uma ideia, apenas com o dinheiro que o potiguar pagou nesses três
primeiros meses do ano, conforme o IBPT, seria possível comprar 33 mil carros
populares. Ou 25 mil casas de 40 m². Ou 11 mil ambulâncias equipadas. Seria
possível pagar 1.300 salários mínimos, ou o salário de 66 mil professores de
ensino fundamental por um ano. São recursos que poderiam ser aproveitados para
construir 3.100 postos de saúde equipados. Ou mais: asfaltar 776 km de estradas.
Mas
de onde vem tanto dinheiro? Ao raiar de cada novo dia, o brasileiro levanta da
cama e gira a torneira em busca de água (37%) para lavar o rosto e escovar os
dentes. Vai à cozinha e prepara um café (16%), sem esquecer do açúcar (30%).
Sai de casa, passa no posto e abastece o carro com gasolina (53%). Trabalha.
Almoça (32%). Depois do expediente, toma uma cerveja (55%) com os amigos e come
alguma coisa (32%). Vai para casa e dorme.
A
cachaça é o produto que encabeça a lista dos itens com maior tributação, com
81,87%. Isso quer dizer que, ao comprar uma cachaça de R$ 20, por exemplo, o
consumidor está pagando mais de R$ 16 apenas em tributos. O mesmo ocorre com
outras bebidas e também com cigarros, sob o argumento de que, além de fazerem
mal à saúde, esses produtos impactam em áreas como a saúde e a assistência
social estatais, ao causarem danos à saúde de seus consumidores.
Também
inseridos na lista dos mais tributados estão os videogames. Conforme dados do
IBPT, 72,58% do preço desses produtos correspondem a taxas e impostos.
Sendo assim, é possível afirmar que, dos R$ 4 mil cobrados ao consumidor para
adquirir um PlayStation 4 (PS4) no Brasil, aproximadamente R$ 2.900
correspondem a tributos.
Com
os altos preços cobrados, os brasileiros acabam optando por outras maneiras de
adquirir os produtos. É o caso do engenheiro eletricista André Barros, de 27
anos, que conseguiu adquirir seu PS4 através de um amigo que foi a Orlando, nos
Estados Unidos. “O preço praticado aqui no Brasil não existe. Lá no Estados
Unidos é 400 dólares”, explica. Com a cotação de hoje do dólar, na faixa dos R$
2,26, o PS4 acaba saindo por R$ 900 tendo por base o preço americano. André
acrescenta que, se não houvesse essa opção, ele não teria comprado o produto no
Brasil.
Gasolina - Mas produtos de uso mais comum, como a gasolina,
também apresentam tributos altos. Ao abastecer o carro na última sexta-feira, a
médica Tânia Cabral se deparou com a gasolina reajustada há cerca de duas
semanas. No posto onde ela abasteceu, o preço chegava à casa dos R$ 3,069.
Tendo por base os 53% que incidem no produto, é possível dizer que, nos R$ 40
que ela abasteceu do combustível, cerca de R$ 20 eram relacionados a tributos.
“É um peso muito grande no bolso da população e acho não temos o retorno desses
impostos”, avaliou.
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