Consultoria lista 10 maiores negócios anunciados no Brasil em 2012
Participação de estrangeiros em aquisições subiu para 43% no ano.
Foram
anunciadas no país ao menos 730 transações no período, diz PwC.
A participação de investidores estrangeiros em fusões e aquisições no Brasil
cresceu de 37% em 2011 para 43% em 2012, aponta pesquisa da Price
WaterhouseCoopers (PwC). Levantamento da consultoria mostra que no acumulado do
ano, até o dia 15 de dezembro, foram anunciadas 730 transações envolvendo
empresas com operações no país, o que deverá garantir a manutenção do patamar de
negócios registrados em 2011, quando foram identificadas 751 fusões e
aquisições.
“Dezembro é um mês em que tradicionalmente há uma corrida por fechamentos de negócios.
Podemos até superar, mas devemos ficar no mesmo patamar do ano passado, o que é excelente dentro do contexto global e em um ano que tivemos eleições nos Estados Unidos, indefinição na Europa e desaceleração na China", avalia Alexandre Pierantoni, sócio da Pwc Brasil.
O recorde na série histórica do levantamento, iniciada em 2002, foi registrado em 2010, quando foram anunciadas 799 fusões e aquisições.
"A participação do capital estrangeiro aumenta a cada ano, tanto de
investidores estratégicos como os de private equity, e o crescimento em um ano
de crise internacional só vem reforçar a atual atratividade do país", destaca
Pierantoni.
Segundo a PwC, a maior participação de estrangeiros até então tinha sido registrada em 2010, quando 40% das transações anunciadas tiveram capital do exterior. Em 2009, a fatia foi de 36%. "Em 2008, no auge da crise, a participação do investidor estrangeiro foi de 27%. Ela vem crescendo e a tendência é de um equilíbrio cada vez maior", diz o especialista em fusões e aquisições.
A pedido do G1, a PwC listou as 10 maiores transações anunciadas neste ano até o início de dezembro envolvendo empresas com operações no Brasil. A classificação considerou apenas os negócios com valores divulgados publicamente.
A maior transação identificada pela PwC foi a compra do Grupo Modelo, maior cervejaria mexicana, pela belgo-brasileira AB Inbev, empresa da qual a Ambev faz parte, em um negócio de US$ 20,1 bilhões.
Confira abaixo os pricipais negócios anunciados no ano no Brasil:
Em segundo lugar, ficou o arremate da concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos pelo consórcio Invepar (composto pela Invepar Investimentos e Participações e Infraestrutura, com participação de 90%, e operadora sul-africana ACSA, com 10%), por R$ 16,213 bilhões, o equivalente a US$ 9,4 bilhões, com ágio de 373,5% sobre o valor mínimo estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os arremates dos aeroportos de Brasília e Campinas também entraram na lista, ficando na 6ª e 7ª posição, respectivamente.
O terceiro maior negócio do ano, segundo o levantamento, foi a compra da controladora da Amil pela americana UnitedHealth por R$ 6,49 bilhões.
Divisão por setores
Na divisão por setores, o segmento de tecnologia da informação (TI) liderou o volume de transações no ano, com 13% de participação nas fusões e aquisições. Em segundo lugar, ficou o varejo, com 9%, seguido pelo mercado de serviços auxiliares (8%), categoria que compreende serviços na área de finanças, consultoria, assessoria , serviços legais, marketing entre outros.
Na divisão por tipo de investimento, 58% das transações foram de caráter estratégico (aquisições relacionadas a aumento de produção ou incorporaçao) e 42% do tipo private equity (que costumam ter um período determinado de investimento visando uma venda futura).
Segundo Pierantoni, a participação de investidores de privaty equity no Brasil está num patamar acima da média mundial que gira em torno de 25%. "O mercado de capitais ainda é pouco desenvolvido no país. O Brasil ainda precisa muito desse recurso, que tem representado um papel importante para o crescimento das empresas".
Para 2013, a previsão da PwC é de manutenção do patamar de transações e de atratividade para investidores estrangeiros.
"A atratividade acontece em diversos setores. O Brasil ainda apresenta muitas oportunidades de crescimento e consolidação de empresas via aporte de capital e modernização de governança e gestão, principalmente nos setores relacionados a produtos de consumo e sua cadeia", diz Pierantoni.
“Dezembro é um mês em que tradicionalmente há uma corrida por fechamentos de negócios.
Podemos até superar, mas devemos ficar no mesmo patamar do ano passado, o que é excelente dentro do contexto global e em um ano que tivemos eleições nos Estados Unidos, indefinição na Europa e desaceleração na China", avalia Alexandre Pierantoni, sócio da Pwc Brasil.
O recorde na série histórica do levantamento, iniciada em 2002, foi registrado em 2010, quando foram anunciadas 799 fusões e aquisições.
No mês de dezembro já foram anunciadas ao menos 20
transações, segundo a PwC. Entre elas, destacam-se a compra
da divisão brasileira de fertilizantes da Bunge pela norueguesa Yara
International por US$ 750 milhões e a venda
de ativos da Biosev para a São Martinho por R$ 200 milhões.
saiba
mais
Segundo a PwC, a maior participação de estrangeiros até então tinha sido registrada em 2010, quando 40% das transações anunciadas tiveram capital do exterior. Em 2009, a fatia foi de 36%. "Em 2008, no auge da crise, a participação do investidor estrangeiro foi de 27%. Ela vem crescendo e a tendência é de um equilíbrio cada vez maior", diz o especialista em fusões e aquisições.
A pedido do G1, a PwC listou as 10 maiores transações anunciadas neste ano até o início de dezembro envolvendo empresas com operações no Brasil. A classificação considerou apenas os negócios com valores divulgados publicamente.
A maior transação identificada pela PwC foi a compra do Grupo Modelo, maior cervejaria mexicana, pela belgo-brasileira AB Inbev, empresa da qual a Ambev faz parte, em um negócio de US$ 20,1 bilhões.
Confira abaixo os pricipais negócios anunciados no ano no Brasil:
10 MAIORES TRANSAÇÕES ANUNCIADAS EM 2012 ENVOLVENDO EMPRESAS NO BRASIL | |||||
---|---|---|---|---|---|
data | comprador | vendedor | valor | setor | descrição |
29/06 |
Anheuser-Busch InBev SA | Grupo Modelo SAB de CV | US$ 21 bilhões | cerveja, chope e malte | Híbrida belgo-brasileira AB Inbev adquiriu a metade restante do grupo mexicano Modelo, fabricante da cerveja Corona (saiba mais) |
06/02 |
Invepar Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A. / ACSA - Airport Company South Africa SOC Limited | governo federal | US$ 9,40 bilhões | aeroportos | Consórcio formado por Invepar e sul-africana ACSA venceu leilão da concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos (saiba mais) |
23/10 | UnitedHealth Group, Inc. | Amil Participações SA | US$ 4,93 bilhões | serviços de saúde | Gigante norte-americana do segmento de saúde
comprou participação equivalente a 90% na brasileira (saiba mais) |
08/08 | BTG Pactual, Aldo Floris, EIG Global Energy Partners, Previ e investidores | Sete Brasil Participações SA | US$ 2,713 bilhões | administração e participação | Administradora de carteiras de portfólios de ativos na área de petróleo e
gás recebeu aporte de múltiplos investidores, totalizando R$ 5,5
bilhões |
15/02 | Kellogg Company | Protector & Gamble | US$ 2,69 bilhões | alimentos | Multinacional americana com fábrica no Brasil
anunciou acordo para adquirir a batata Pringles ** (saiba mais) |
06/02 | Consórcio Inframérica (Infravix Participações / Corporação América) | governo federal | US$ 2,6 bilhões | aeroportos | Consórcio formado por Infravix, controlada da
Engevix, e pela holding argentina Corporação América venceu o leilão de
concessão do Aeroporto de Brasília (saiba mais) |
06/02 | Triunfo Participações e Investimentos S.A., Egis Airport Operation e UTC
Participações S.A. |
governo federal | US$ 2,215 bilhões | aeroportos | TPI, em parceria com a Egis Airport Operation e
UTC, apresentou a melhor oferta no leilão de concessão do aeroporto Viracopos,
em Campinhas (saiba mais) |
27/03 | Mubadala Development Company | Grupo EBX | US$ 2 bilhões | petróleo, gás e derivados | Eike Batista fechou acordo para vender fatia de 5,63% do grupo EBX para o fundo soberano do governo de Abu-Dhabi (saiba mais) |
20/06 | Intercement Brasil S/A, subsidiária da Camargo Corrêa | Cimpor - Indústria De Cimentos S.A. | US$ 1,87 bilhão | cimento e cal | Através de uma oferta pública de aquisição, a subsidiária da Camargo Corrêa adquiriu fatia de 94,81% do capital da portuguesa Cimpor (saiba mais) |
03/05 | Cosan S.A. - Indústria e Comércio | BG Gas São Paulo Investments B.V. | US$ 1,8 bilhão | Água, esgoto; gás e saneamento | Cosan fechou acordo para a aquisição de 60,1% da
distribuidora de gás paulista Comgás (saiba mais) |
* A classificação abrange apenas transações com valores
divulgados publicamente. ** A transação foi inclusa no levantamento pela possibilidade de impactos nas operações da empresa no Brasil. Fonte: PwC |
Em segundo lugar, ficou o arremate da concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos pelo consórcio Invepar (composto pela Invepar Investimentos e Participações e Infraestrutura, com participação de 90%, e operadora sul-africana ACSA, com 10%), por R$ 16,213 bilhões, o equivalente a US$ 9,4 bilhões, com ágio de 373,5% sobre o valor mínimo estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os arremates dos aeroportos de Brasília e Campinas também entraram na lista, ficando na 6ª e 7ª posição, respectivamente.
O terceiro maior negócio do ano, segundo o levantamento, foi a compra da controladora da Amil pela americana UnitedHealth por R$ 6,49 bilhões.
Divisão por setores
Na divisão por setores, o segmento de tecnologia da informação (TI) liderou o volume de transações no ano, com 13% de participação nas fusões e aquisições. Em segundo lugar, ficou o varejo, com 9%, seguido pelo mercado de serviços auxiliares (8%), categoria que compreende serviços na área de finanças, consultoria, assessoria , serviços legais, marketing entre outros.
Na divisão por tipo de investimento, 58% das transações foram de caráter estratégico (aquisições relacionadas a aumento de produção ou incorporaçao) e 42% do tipo private equity (que costumam ter um período determinado de investimento visando uma venda futura).
Segundo Pierantoni, a participação de investidores de privaty equity no Brasil está num patamar acima da média mundial que gira em torno de 25%. "O mercado de capitais ainda é pouco desenvolvido no país. O Brasil ainda precisa muito desse recurso, que tem representado um papel importante para o crescimento das empresas".
Para 2013, a previsão da PwC é de manutenção do patamar de transações e de atratividade para investidores estrangeiros.
"A atratividade acontece em diversos setores. O Brasil ainda apresenta muitas oportunidades de crescimento e consolidação de empresas via aporte de capital e modernização de governança e gestão, principalmente nos setores relacionados a produtos de consumo e sua cadeia", diz Pierantoni.
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