Fernando Haddad, do PT, é eleito prefeito de São Paulo
Ex-ministro da Educação vence José Serra, do PSDB.
No primeiro turno,
Haddad ficou em segundo lugar.
Fernando Haddad, do PT, foi eleito neste domingo
(28) prefeito de São Paulo nos próximos quatro anos. Às 19h16, com 92% dos votos
apurados segundo a Justiça Eleitoral, o petista tinha 3.158.994 milhões de
votos, o que corresponde a 56,03% dos votos válidos, contra 2.479.094 milhões de
José Serra (PSDB) – 43,97% (siga a apuração em
tempo real).
A vitória marca o retorno do PT à Prefeitura da capital paulista oito anos após Marta Suplicy deixar o comando da cidade. A partir daí, se seguiram as gestões de José Serra e Gilberto Kassab (PSD).
Haddad tem 49 anos e é professor-doutor em ciência política da Universidade de São Paulo (USP), onde estudou direito, fez mestrado em economia e doutorado em filosofia. Ele foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy em São Paulo e ministro da Educação entre 2005 e 2012, quando se licenciou para disputar a Prefeitura de São Paulo.
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O convite partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a
escolha de Haddad em detrimento de nomes tradicionais do PT, como o de
Marta.Campanha
O resultado mostrou uma variação significativa para o candidato petista em relação ao primeiro turno. Serra havia ficado em primeiro com 30,75% dos votos válidos, enquanto Haddad ficou com 28,98%.
Com a migração de boa parte dos votos dos outros concorrentes, Haddad levou o pleito. Haddad teve o apoio de Gabriel Chalita (PMDB), e Serra, de Soninha Francine (PPS) e de Paulinho da Força (PDT). Celso Russomanno (PRB) ficou neutro.
No primeiro turno, Russomanno foi o alvo principal dos concorrentes por liderar as pesquisas. Já no segundo turno, o tucano e o petista levantaram diferentes temas para tentar mostrar suas qualidades e a desvantagem de se votar no adversário.
Serra apostou então em mostrar-se como o candidato que apostou em parcerias com organizações sociais (OSs) para a gestão de hospitais públicos. E afirmou diversas vezes que a saúde cairia de qualidade com Haddad e que as parcerias iriam acabar. O petista negou.
Serra citou ainda as falhas na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e repetiu por diversas vezes em seu programa que é o mais experiente e capaz de tirar propostas do papel.
Haddad
O petista insistiu no fato de Serra ter deixado a Prefeitura em 2006 para disputar o governo do Estado, dois anos antes do fim do mandato. Bateu na tecla de que só o PT tinha um plano de governo bem elaborado, pensado desde janeiro e publicado em agosto. Já o plano de Serra, publicado no meio do segundo turno, segundo Haddad, era uma “carta de intenções” sem metas.
O candidato do PT criticou duramente a gestão Kassab, que chegou ao poder como vice de Serra.
Uma das áreas mais atacadas foi a da habitação. Na TV, Haddad afirmou que as 28 mil unidades feitas por Serra e Kassab representam número bem menor que as gestões petistas - Luiza Erundina (1988-1992) construiu 36 mil moradias populares em quatro anos, e Marta, cerca de 23 mil.
O tema foi um dos usados por Haddad para afirmar que vai “desbloquear” a cidade. Segundo ele, por motivos políticos, a Prefeitura não usava a verba federal. Entre as promessas é trazer o programa Minha Casa Minha Vida e o uso de verba federal para a construção de 172 creches.
Haddad rebateu as críticas feitas por Serra a sua gestão à frente do Ministério da Educação. Ele citou a criação do ProUni, que concede bolsas em faculdades particulares a alunos da rede pública, como um dos programas que criou.
Entre as propostas que Haddad
destacou está a criação do Arco do Futuro, proposta de descentralização da cidade levando o crescimento para regiões como a Avenida Cupecê, na Zona Sul. Haddad propôs também concluir três hospitais prometidos por Kassab, criar a Rede Hora Certa para concentrar atendimentos, exames e cirurgias em postos de saúde, e a criação do Bilhete Único Mensal.
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