247 – No ápice do julgamento da Ação Penal 470, o ministro Marco Aurélio
Mello condenou lideranças do PT por formação de quadrilha e fez quase
uma propaganda negativa do partido, ao falar de 13 membros da
organização criminosa. Um “sintomático 13”, que foi destacado na edição
do dia do Jornal Nacional, da Rede Globo, assim como a "inspirada"
comparação com o PCC e o Comando Vermelho feita por Celso de Mello.
Coincidência ou não, o processo eleitoral de 2012 correu em paralelo com
o julgamento do mensalão. Com os resultados do primeiro turno, e os
17,2 milhões de votos do PT, surgiu a hipótese de que o eleitor não deu a
menor pelota para a Ação Penal 470. Seu efeito, portanto, teria sido
neutro, a despeito dos artigos de Merval Pereira, Dora Kramer, Eliane
Cantanhêde e Reinaldo Azevedo, entre tantos outros.
Em São Paulo, no entanto, José Serra continuou batendo na mesma tecla,
contando com a boa vontade de boa parte dos amigos nos meios de
comunicação – o fato memorável foi a edição do Jornal Nacional da última
terça-feira, com 18 minutos dedicados ao tema.
Mas, agora, as pesquisas mostram que Serra praticamente não ganhou votos
entre o primeiro e o segundo turnos. Não terá o eleitor intuído que
algo de anormal acontecia no País? Em outras palavras, será que o
mensalão não teve efeito contrário, favorecendo o PT e Fernando Haddad
diante dos excessos dos agressores?
Abaixo, o discurso de Marco Aurélio Mello, em que ele citou a quadrilha
do “sintomático 13” – já há quem diga, no PT, que o ministro mereça até
agradecimentos pelo propaganda da legenda:
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