Vacina contra dengue tem eficácia de 60,8%, mostra pesquisa
Depois de 20 anos em
desenvolvimento, a vacina contra a dengue em estágio mais avançado no mundo
chegou à etapa final mostrando eficácia de 60,8% contra os quatro sorotipos da
doença. Outro resultado é que entre as pessoas que foram vacinadas e, mesmo
assim, tiveram dengue, houve redução de 80,3% no número de internações
com relação a quem não foi imunizado.
Segundo Sheila Homsani,
gerente do Departamento Médico da Sanofi Pasteur, laboratório responsável pela
vacina, o estudo está concluído e agora os dados serão consolidados para o
pedido de registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para que possa
ser comercializada no Brasil e, eventualmente, ser incorporada à rede pública.
A expectativa é que demore cerca de um ano para o registro sair.
Em etapa anterior, feita na
Ásia, a pesquisa havia mostrado eficácia de 88%
contra o tipo hemorrágico da doença, considerado o mais grave.
Agora, na última etapa, a vacina foi testada no Brasil, em Honduras, no México,
na Colômbia e em Porto Rico. No Brasil 3.550 crianças e adolescentes entre 9 e
16 anos das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste foram vacinados. A imunização e o
acompanhamento foram feitos de junho de 2011 a abril de 2013. O laboratório, no
entanto, vai acompanhar por mais cinco anos os imunizados.
Segundo Sheila
Homsani, os resultados estão acima das expectativas da Organização Mundial da
Saúde, que pretende reduzir em 50% a mortalidade por dengue até 2020. A dengue é considerada
questão de saúde pública brasileira e é doença endêmica de cerca de 100 países.
De 1º de janeiro a 19 de julho deste ano, o Ministério da Saúde notificou
688.287 casos da doença e 554 mortes.
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