Rio Grande do Norte ocupa a 16ª posição no ranking de mortes por acidente de motocicletas
Uma
realidade alarmante. É o que aponta dados divulgados pelo Ministério da Saúde
acerca do número de mortes por acidentes de trânsito no Brasil. Esse tipo de
ocorrência ceifa a vida de cerca de 45 mil pessoas a cada ano no país. A
violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma
epidemia no país.
O Rio
Grande do Norte ocupa a 16ª posição no ranking vítimas de acidentes com
motocicletas, com taxa de mortalidade de 8,0 para cada 100 mil habitantes.
Entre 2002 e 2012, este número cresceu 153,4% no Estado. No Brasil, o índice é
de 6,3 mortes por 100 mil habitantes.
Dados
preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2013, os acidentes com
motos resultaram em 12.040 óbitos no país, o que corresponde a 28% dos mortos
no transporte terrestre. No Rio Grande do Norte, foram 283 mortes em 2013.
Nos
últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS)
envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115% e o custo com o
atendimento a esses pacientes de 170,8%. No Rio Grande do Norte, foram 1.547
internações em 2014, representando um gasto de R$ 2 milhões.
Diante
desse cenário, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações
intersetoriais, que deverão envolver outras esferas do Governo Federal,
governos estaduais e municipais, para promoção de uma política específica de
prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o ministro da Saúde, Arthur
Chioro, apresentou algumas das iniciativas em discussão durante a 68ª
Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.
“Não dá
mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso
propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública.
Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da
habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de
financiamento do capacete como um EPI (Equipamento de Proteção Individual),
possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo”, exemplificou o
ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Em
novembro, o Brasil sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível
sobre Segurança no Trânsito, com o objetivo de repactuar metas e traçar novas
estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e
salvar milhões de vidas. “Uma constatação que observamos no Brasil, e que já
vimos em outros lugares do mundo, é a redução do número de atropelamentos e
acidentes de carro e o aumento de acidentes de motos. A moto está substituindo
a bicicleta e o cavalo e também vem sendo utilizada como um instrumento de trabalho”,
observou o ministro.
NÚMEROS
- Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o
Brasil registrou 4.292 mortes de motociclistas em 2003, número 280% menor do
que o registrado 10 anos depois (12.040). Parte do aumento de acidentes
envolvendo motos se deve ao crescimento vertiginoso da frota no país. Entre
2003 e 2013, o número de motocicletas aumentou 247,1%, enquanto a população
teve um crescimento de 11%.
De 2008
a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre
aumentou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o
índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes
de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vítimas. Desse
total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114
milhões – crescimento de 170,8% em relação a 2008. Esse valor não inclui custos
com reabilitação, medicação e o impacto em outras áreas da saúde.
*Gazeta do Oeste
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