Chuvas não encherão reservatórios do RN este ano, afirma meteorologista
Gilmar Bristot, meteorologista da Emparn, diz que período chuvoso acabou.
'Infelizmente não tem mais previsões de chuvas intensas para o interior', diz.
A alegria de ver açudes transbordando tem sido rara no Rio Grande do Norte. E a previsão, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), é de que até o final do ano as chuvas não sejam suficientes para encher os reservatórios que abastecem o estado. "Infelizmente não tem mais previsões de chuvas intensas para o interior do estado. O período de chuvas está acabando e não tem mais condição de formação de chuva”, afirmou Gilmar Bristot, meteorologista da Emparn.
Em Pau dos Ferros a situação do açude, que tem o mesmo nome da cidade, é semelhante. O reservatório tem capacidade para armazenar mais de 54 milhões de metros cúbicos de água, mas hoje está com menos de 1% da capacidade. A represa ainda abastece a cidade de Rafael Fernandes, que tem 5 mil habitantes. Já a população de Pau dos Ferros, com quase 30 mil moradores, recebe a água que vem da barragem de Santa Cruz, em Apodi.
A barragem de Santa Cruz tem sido a fonte de água não só para Pau dos Ferros. Outros três municípios da região Oeste dependem dela. Atualmente, o reservatório está com 227 milhões de metros cúbicos: isto representa 37% de sua capacidade. É o segundo maior do estado, e é o que se encontra em melhor situação.
Barragem
Armando Ribeiro Gonçalves está com pouco mais de 720 milhões de metros
cúbicos, o que equivale a 30% de sua capacidade total (Foto:
Reprodução/Inter TV Cabugi)
O cenário é mais preocupante no maior reservatório do estado, na região
do Vale do Açu. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com pouco
mais de 720 milhões de metros cúbicos, o que equivale a 30% de sua
capacidade total. Este é o menor nível desde sua inauguração em 1983. A
barragem abastece 34 municípios. São mais de 500 mil pessoas que
dependem desta água. Além do consumo humano, a barragem distribui água
para vários projetos de agricultura irrigada em todo o Vale do Açu.O Distrito Irrigado do Baixo Açu (Diba) é um exemplo. São mais de 6 mil hectares usados para fruticultura. Esta área abrange 4 municípios: Assu, Ipanguaçu, Alto do Rodrigues e Afonso Bezerra. Com o nível da barragem em alerta, os produtores começam a ficar apreensivos. "Nós já estamos atuando junto ao poder público para que sejam construídos poços, para que eles ajudem a manutenção do perímetro irrigado do Baixo Açu", disse Genival Celestino, gerente do Diba.
Desde novembro de 2014, a Agência Nacional de Águas estabeleceu algumas regras para que a água da barragem seja usada com restrições, principalmente para irrigação. Em abril deste ano, a vazão foi reduzida. "Estávamos liberando oito metros cúbicos por segundo, e isso foi reduzido para cinco metros cúbicos por segundo. Por enquanto, este volume de água que está sendo liberado está atendendo as necessidades. Mas, acreditamos que quando for o período de estiagem, esta água será insuficiente", disse Hermenegildo Cabral, agente agropecuário do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs).
Em Upanema, também no Oeste potiguar, os pescadores sofrem com o baixo nível da barragem de Umari. Depois de 4 anos de estiagem, o reservatório, que tem capacidade para mais de 290 milhões de metros cúbicos, está com cerca de 30% deste total. Com pouca água, pegar algum peixe está cada vez mais difícil.
Açude Gargalheiras, em Acari, tem volume d'água mais baixo da história: 1,8% da capacidade (Foto: Fred Carvalho/G1)
Saindo do Oeste para a região Seridó, é possível perceber que a
estiagem também castiga a população. O espetáculo das águas do açude
Gargalheiras, na cidade de Acari, não é visto desde 2011. Atualmente,
está com apenas 1,8% da capacidade. Mesmo com o baixo volume, o açude
ainda abastece as cidades de Acari e Currais Novos. Ao todo, são 56 mil
habitantes que recebem esta água em sistema de racionamento.
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