sábado, 2 de fevereiro de 2013

Desfiles das escolas de samba são cancelados

O impasse criado em torno da possibilidade de haver, ou não, desfile das Escolas de Samba e Tribos de Índios no Carnaval de Natal foi definido na noite desta sexta-feira, por volta das 21h30, e o prefeito Carlos Eduardo comunicou pessoalmente aos carnavalescos que aguardavam definição sobre o assunto em frente à sede da Prefeitura, na Cidade Alta, a impossibilidade do município disponibilizar mais recursos. "Não temos de onde tirar, a cidade está falida, e só não decretei estado de calamidade agora durante esta reunião com o secretariado por que a Prefeitura já havia disponibilizado R$ 500 mil para o Carnaval", disse o prefeito, nitidamente contrariado de ter de dar a notícia negativa.
Yuno SilvaCarlos Eduardo: Não temos de onde tirar, a cidade está falidaCarlos Eduardo: Não temos de onde tirar, a cidade está falida

Carlos Eduardo informou que a Prefeitura precisa "juntar" cerca de R$ 5,5 milhões para garantir o início do ano letivo na rede municipal de ensino. "Temos que ter a merenda dos alunos para garantir aula nas escolas, e esse é apenas uma das muitas pendências que precisaremos dar conta nas próximas semanas", adiantou.

O prefeito esteve reunido com todo o secretariado no Palácio Felipe Camarão, e a questão do desfile foi um dos assuntos em pauta. Na ocasião, foi apresentado parecer da Controladoria Geral do Município (CGM) contrário à proposta apresentada pela Associação das Escolas de Samba, Tribos de Indios, Blocos e Troças Carnavalescas (Aestim), que buscava emplacar um aporte de mais R$ 400 mil para viabilizar o evento.

Os carnavalescos sugeriram a possibilidade da Prefeitura parcelar o repasse dos recursos, mas o Carlos Eduardo, acompanhado do presidente da Fundação Capitania das Artes Dácio Galvão e do titular da Semsur Raniere Barbosa, reforçou que o município só tem disponível R$ 50 mil para o desfile e mais R$ 127 mil para montar a estrutura do 'sambódromo' na Av. Duque de Caxias, Ribeira. Caso as Escolas e Tribos decidam não desfilar dentro das condições apresentadas pela Prefeitura, os recursos (R$ 177 mil) serão redistribuídos nos cinco pólos da cidade: Redinha, Ponta Negra, Rocas/Ribeira, Centro Histórico e Alecrim.

De acordo com Kerginaldo Alves, presidente da Associação que representa os carnavalescos, seriam necessários ao menos R$ 450 mil para viabilizar os desfiles: sendo R$ 159 mil de premiação e R$ 295 mil de ajuda de custo - valor que inclusive já foi utilizado pelas agremiações na aquisição de material para confeccionar fantasias e adereços. "Estamos trabalhando desde novembro do ano passado, e só abrimos crédito por ter confiado na palavra do prefeito de que haveria Carnaval", ressaltou. "Fomos desrespeitados, não vai haver Carnaval", sentenciou Kerginaldo. Ele informou que a assessoria jurídica da entidade irá solicitar, na próxima segunda-feira (4), explicações à Controladoria do Município sobre o parecer negativo.

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