sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Prefeito garante: não havia nada errado na boite assassina

 

Blog do Augusto Nunes

Nascido há 60 anos em Santa Maria, onde sempre viveu, Cezar Schirmer conhece rua por rua, prédio por prédio a cidade que governa. Reeleito em outubro, o prefeito teve mais de quatro anos para conhecer página por página, linha por linha a legislação municipal concebida para impedir que aconteça o que aconteceu.

Político profissional há 40 anos, o ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-secretário de Estado sabe que, quando algum episódio ameaça a sobrevivência eleitoral, a culpa é sempre dos outros.

Se é que nunca entrou na Kiss, o prefeito cansou-se de ver o caixote comprimido pelos edifícios vizinhos que já foi fábrica de cerveja antes de virar boate pronta para fabricar massacres.




Cezar Schirmer


Schirmer também conhece as normas que determinam a interdição ou o fechamento de casas noturnas que não dispõem de saídas de emergência adequadamente sinalizadas. A Kiss tinha uma única porta, pela qual entraram e deveriam ter saído mais de 200 vítimas de homicídio culpado.

Os fiscais da prefeitura deveriam vistoriar o local regularmente. Se olhassem por alguns segundos as paredes e o teto, notariam que o dono do lugar resolvera enfeitá-los com material inflamável.

Nessa hipótese, o serial killer que explorava baladas seria obrigado a exercitar a ganância criminosa em outro ramo. E Schirmer não estaria lastimando a tragédia que nada fez para evitar.

“Nunca chorei na minha vida, e agora choro toda hora”, repetiu nesta quarta-feira. Para não ter de chorar também a perda do mandato ou a morte nas urnas, o oficial graduado do PMDB gaúcho tenta terceirizar os pecados que cometeu.

Leia a íntegra em O papelório do prefeito garante que não havia nada de errado na boate assassina

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