Governo lança campanha por segurança na folia
Brasília (AE) - Na tentativa de reduzir os índices de acidentes que tornam o trânsito brasileiro um dos mais violentos do mundo, o País terá, pela primeira vez este ano, um carnaval com tolerância zero de álcool ao volante. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, informou que milhares de agentes vão agir de forma integrada, nas rodovias federais, estaduais e nos entroncamentos das cidades, para impedir a repetição dos acidentes, que sobem 50% nessa época em relação ao resto do ano. "Com a nova lei seca, esperamos haver um aumento significativo da punibilidade nas blitze", avisou o ministro. Ele deu a informação ao lançar, ontem a campanha publicitária para rádio e televisão voltada para a redução dos acidentes de trânsito no carnaval, cujo lema é "Bebida e direção - deixe essa mistura fora da festa".
As principais causas dos acidentes, que matam 116 pessoas por dia, o equivalente a uma tragédia da Boate Kiss a cada dois dias, são ultrapassagens e excesso de velocidade. Em cerca de 60% dos acidentes, um dos envolvidos apresenta sinais de embriaguez. A campanha se destina a chocar e conscientizar a população sobre as sequelas da violência do trânsito para as famílias das vítimas, a sociedade e a economia. "Todo esforço do governo é para mudar a postura da população e criar uma conscientização semelhante à que fez o cinto de segurança pegar", disse. "Queremos que a tragédia diária do trânsito provoque na sociedade a mesma indignação e comoção de Santa Maria", acrescentou.
Durante o ato, foi feito o teste do bafômetro com cinco voluntários, que ingeriram cinco tipos diferentes de produto com teor alcoólico: bombons de licor, antisséptico bucal, cerveja, vinho e vodca. Eles sopraram o aparelho 25 minutos após ingerir os produtos. No caso do bombom e do antisséptico, os vestígios de álcool sumiram totalmente. Os outros três foram apanhados no teste, mas pegaram apenas infração administrativa porque não atingiram o limite de 0,34 miligrama, a partir do qual o teor caracteriza crime. O terceiro voluntário tomou uma garrafa long neck de cerveja (355 ml) e o exame apresentou 0,11 miligrama por litro de ar, mais que o dobro da taxa permitida 0,05 miligrama. O quarto, com uma taça de vinho bem servida, acusou 0,05 miligrama, bem no limite. O último voluntário acusou 0,10 miligrama com uma dose robusta de vodca.
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