O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou hoje (30) no
Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, a Campanha Nacional de
Vacinação contra o Sarampo e a Paralisia Infantil, que terá início dia 8 de
novembro. O lançamento ocorreu durante a 14ª Mostra Nacional de Experiências
Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doença, que ocorre até
amanhã (31).
A expectativa do Ministério da Saúde é de que mais de 11
milhões de crianças sejam vacinadas contra o Sarampo até o dia 28 de novembro.
Neste ano, o Dia D de Mobilização Nacional será realizado em dois momentos: no
primeiro dia da campanha, 8 de novembro, e no dia 22. A meta é atingir a
cobertura vacinal de 95% do público-alvo.
A vacinação contra a poliomielite – responsável pela paralisia
infantil – terá como população-alvo crianças de seis meses até menores de
cinco anos. A expectativa é vacinar mais de 12,7 milhões de crianças em todo o
país. O Ministério da Saúde distribuirá cerca de 17,8 milhões de doses da
vacina oral poliomielite (VOP) – vacina em gotas – que será utilizada
prioritariamente. No entanto, é recomendada às Coordenações Estaduais de
Imunizações a disponibilização da vacina inativada poliomielite (VIP), que é
injetável, para as crianças acima de seis meses que estão com esquema vacinal
atrasado.
Já a vacina tríplice viral, destinada à vacinação contra
sarampo, caxumba e rubéola, será aplicada em crianças de um ano a menores de
cinco anos. A estimativa é promover a vacinação de 10,9 milhões de crianças. O
Ministério da Saúde distribuirá cerca de 12,5 milhões de doses da vacina. A
campanha de seguimento contra o sarampo será realizada em todos estados e no
Distrito Federal.
Para a realização da campanha, estarão disponíveis mais de
100 mil postos espalhados por todo o país, 350 mil profissionais de saúde e 42
mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais). Para que sejam cumpridas todas
as fases da imunização, as vacinas contra a poliomielite, o sarampo, rubéola e
caxumba continuam disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde do Sistema
Único de Saúde.
POLIOMIELITE
NO BRASIL - O Brasil está livre da
poliomielite desde 1990. Desde então, não houve novos casos registrados e, em
1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a
Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu
território. A continuidade das campanhas de vacinação é fundamental para evitar
a reintrodução da doença no país, uma vez que dados da Organização Mundial de
Saúde (OMS) demonstram que entre 2013 e 2014, 10 países registraram casos da
doença e três deles são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e
Afeganistão).
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria
dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias
lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível,
principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a
infecção se dá, principalmente, por via oral.
SARAMPO
- Os últimos casos de
contágio autóctone de sarampo no Brasil ocorreram em 2000 e, desde então, os
casos registrados foram importados ou relacionados à importação. Em 2013 e
2014, foram registrados casos importados no país, com concentração em
Pernambuco e Ceará. No mundo, em 2014, foram registrados 160 mil casos da
doença e com o fluxo de turismo e comércio entre os países o risco de
contaminação se eleva.
O sarampo é uma doença viral aguda grave e altamente
contagiosa. Os sintomas mais comuns são febre alta, tosse, manchas
avermelhadas, coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa,
por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. As
complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo,
particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. A única
forma de prevenção é por meio da vacina.