Dilma viaja para EUA neste sábado e abre assembleia da ONU na terça
Presidente deverá discursar sobre crise, meio ambiente e Oriente Médio.
Não está prevista reunião com Obama; relação sofreu atrito após
carta.
A presidente Dilma Rousseff embarca neste sábado
(22), às 22h, rumo a Nova York, onde participará da 67ª Assembleia-Geral das
Nações Unidas. Dilma fará pela segunda vez o discurso de abertura da
conferência, momento em que deverá abordar temas como crise financeira, meio
ambiente e Oriente Médio.
A conferência deste ano terá como tema a prevenção e a resolução pacífica de conflitos internacionais. De acordo com o Itamaraty, entrará também no debate a adoção dos compromissos firmados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorreu na capital fluminense em junho deste ano.
Em 2011, Dilma foi a primeira mulher a fazer o discurso de inauguração da assembleia. Na ocasião, a presidente defendeu a criação do Estado palestino e exaltou o papel da mulher na política internacional.
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Segundo assessoria do Planalto, no discurso deste ano, a presidente deverá falar sobre crise financeira internacional e reafirmar o modelo brasileiro de crescimento econômico, baseado em ações de inclusão social e fortalecimento do mercado interno.
Dilma deverá ainda incluir em seu discurso o tópico do meio ambiente, uma vez que recentemente o Brasil encabeçou o assunto ao sediar a Rio+20.
A questão da violência no Oriente Médio também deve ser abordada no discurso da presidente, motivada pelos recentes ataques a representações diplomáticas dos Estados Unidos. Grupos islâmicos têm protestado contra um filme norte-americano que, de acordo com esses grupos, desrespeita o islamismo.
Antes da abertura, Dilma terá uma reunião bilateral com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki Moon. No mesmo dia, está prevista sua participação em um evento do Council on Foreing Relations, uma organização norte-americana independente dedicada a pesquisa e a estudos de relações internacionais.
Dilma retornará ao Brasil na quarta-feira (26), de acordo com assessoria do Planalto.
Obama
Não está previsto, segundo assessoria do Itamaraty, que Dilma tenha uma reunião bilateral com o presidente norte-americano, Barack Obama, atualmente em campanha pela reeleição. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, chegou a desmentir na última sexta-feira (21) a possível reunião entre os presidentes.
A viagem a Nova York ocorre em meio a desentendimento dos governos brasileiro e norte-americano em relação a tarifas de importação. Nesta semana, por meio de carta, o representante dos Estados Unidos para Assuntos Comerciais, Ron Kirk, chamou os aumentos tarifários adotados pelo Brasil de "medidas protecionistas".
O governo brasileiro anunciou este mês a elevação de tarifas de importação de 100 produtos de 12% para 25% em média. Para Patriota, as medidas estão "dentro da legalidade".
"Consideramos injustificável e inaceitável tanto no conteúdo quanto na forma essa manifestação do responsável pelo comércio norte-americano", afirmou o ministro na última sexta.
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