Segundo o ex-presidente, "os companheiros da comunicação devem
compreender que um canal de TV é concessão do Estado. E não se pode usar
uma concessão para atuar como partido político"; o PT tenta convencer a
presidente Dilma a aceitar um projeto de regulação da mídia que visa,
em outros pontos, o fim da concentração do mercado, proibição de
políticos serem donos de veículos de comunicação, além da criação de um
Conselho Federal de Jornalismo
247 – Em uma entrevista concedida ao jornal peruano
"La República", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que tem
"um pequeno problema" com a imprensa brasileira.
"Quando critico a imprensa, eles dizem que os estou atacando. Quando me
atacam, dizem que estão criticando", afirmou Lula, dizendo que, mesmo
assim, "nunca um jornal ou canal de TV deixou de receber publicidade do
governo" porque o criticavam.
Ele disse, no entanto, que "os companheiros da comunicação devem
compreender que um canal de TV é concessão do Estado". "E não se pode
usar uma concessão para atuar como partido político."
O partido de Lula não esconde sua intenção de levar ao governo o projeto
de lei de regulação da mídia – a legenda ainda precisa convencer o
governo, começando pela presidente Dilma Rousseff.
Há dois anos, quando assumiu o mandato, Dilma e o ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, receberam do partido um projeto com os
principais pontos de defesa da legenda quanto à regulação da imprensa.
Até agora, não houve resposta sobre o plano, criado pelo ex-ministro das
Comunicações Franklin Martins.
Entre o que defende os petistas está o fim da concentração do mercado,
proibição de políticos serem donos de veículos de comunicação, o
estímulo à regionalização da produção de conteúdo e a regulamentação
específica para o direito de resposta na imprensa. Além disso, o mais
polêmico seria a criação de um Conselho Federal de Jornalismo, que
provoca receio no Executivo, apesar de o partido garantir que não há
intenção de cercear o conteúdo publicado.
Na entrevista, o ex-presidente também afirmou que o diálogo social foi
seu maior legado e que "nunca antes no Brasil um presidente teve a
possibilidade de aprovar um terceiro mandato". "Mas não quis".
Nenhum comentário:
Postar um comentário