terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Em lançamento de plano contra o tráfico de pessoas, ministra diz que realidade é pior que novela

 

Elza Fiuza/Agência Brasil

Ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, participa do lançamento do 2º Plano de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, nesta terça-feira (26), em Brasília
               
Edgard Matsuki                       


Do UOL, em Brasília

O governo federal lançou, na manhã desta terça-feira (26), um plano para enfrentar a questão do tráfico de pessoas no Brasil.

O 2º Plano de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas busca criar ações para fiscalizar e conscientizar sobre a importância das denúncias.

No evento, o governo também divulgou um relatório com dados sobre o tráfico de pessoas no Brasil. O documento mostra que as denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas no país aumentaram.
Em 2011, houve 35 denúncias no disque 100. Em 2012, esse número cresceu para 141 (alta de 400%).

O crescimento das denúncias nesse ano se deu devido à exposição do tema na mídia. De acordo com a ministra Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos), a novela "Salve Jorge", da TV Globo, ajudou na conscientização das pessoas.

“Temos políticas contra o tráfico de pessoas desde 2006, mas precisamos que elas estejam conscientes disso”, declarou. Na novela, brasileiras são exploradas sexualmente na Europa.

Porém, para a ministra Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres), a realidade é muito mais pesada do que a ficção. “Isso que tem passado na novela é muito pouco. A situação é muito mais grave, alarmante e preocupante”, disse.

Plano prevê lei específica

Entre as metas do plano está a criação de uma lei específica para tipificar o crime do trafico pessoas. “Na lei, só existe a previsão da exploração sexual e sabemos que há outros tipos de tráficos de pessoas. Precisamos conversar com o Congresso para aperfeiçoarmos a nossa legislação,” disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

De acordo com a ministra Maria do Rosário, tipificar o crime faz parte da convenção de Palermo, no qual o Brasil faz parte.

“Precisamos ficar atentos a estas outras formas. Trabalho escravo, violência contra LGBT, adoções ilegais de crianças. Precisamos ficar atentos”, declarou.

O plano também visa criar campanhas de conscientização e capacitação de profissionais para lidar com a questão.

"Há um despreparo por parte de profissionais da saúde e da segurança para lidar com as vítimas”, afirmou Menicucci.

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