quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Presidente defende que país precisa ser mais competitivo.


Discurso foi feito durante reunião do CDES, em Brasília.



Priscilla Mendes Do G1, em Brasília


Dilma Rousseff discursa durante a 40ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Dilma Rousseff discursa durante a 40ª Reunião
Ordinária do Pleno do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27) que “os tremores da crise” econômica internacional serão “muito mais suaves” para a maioria dos países. Em discurso para plateia de empresários, ela disse que o Brasil precisa mudar para ter maior competitividade.
A presidente discursou durante a 40ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado Conselhão, no Palácio do Planalto. O grupo, presidido por Dilma, é formado por representantes de trabalhadores, empresários, movimentos sociais, governo e lideranças de diversos setores.

Dilma destacou o crescimento da China para dizer que o pior da crise foi superado. “Os tremores da crise, na maioria dos países, este ano são muito mais suaves. Acho que tem um cenário bastante favorável com o fato de a China ter feito o que se chama de aterrissagem suave”, afirmou.

A presidente afirmou que, apesar do “imenso risco de crise aguda” que a Europa correu no ano passado, “essa parte foi superada”.

Aumento da taxa de investimento

A presidente defendeu as medidas tomadas pelo governo para enfrentar a crise, mas destacou que o país precisa aumentar sua competitividade.

“Nós tomamos todas as medidas que achávamos adequadas. Algumas tinham o caráter de urgência do curto prazo, mas nenhuma delas deixou de considerar que o país precisa mudar e mudar em direção a ter uma maior competitividade”, declarou Dilma.

Segundo a presidente, o governo quer elevar a taxa de investimento para um percentual de 25% do PIB.

"Acho que nós queremos chegar a ser uma nação desenvolvida. Eu disse nação desenvolvida. Nós queremos ser um país de classe média e para sermos um país de classe média, nós temos uma trajetória a cumprir. Nós queremos que a taxa de investimento seja 25%, mas nós queremos isso porque nós queremos uma renda per capita muito mais significativa e elevada do que a atual. É por isso que nós queremos uma taxa elevada de investimento", disse.

'Racionalidade no uso dos recursos'

A presidente Dilma Rousseff disse ainda nesta quarta-feira que o governo federal vai buscar, em 2013, “racionalidade” no uso dos recursos públicos. Ela defendeu mudanças na área tributária, mas disse que não é “razoável” fazer “tudo de uma vez só”.


“Acredito que nós devemos ter uma racionalidade no uso dos recursos públicos. Esse ano, nós buscaremos isso, racionalidade nos tributos. É obvio que não temos todo o dinheiro do mundo para fazer desoneração. Há rigidez, mas no ano passado nós fizemos desonerações significativas. O que nós não conseguimos fazer é tudo de uma vez só. Não é razoável, provoca desequilíbrio”, afirmou Dilma.

A presidente destacou que o governo, em 2012, desonerou a folha de pagamentos de mais de 30 setores, mas disse que “há irracionalidades na estrutura tributária” do país. Algumas deduções de impostos – como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a reforma do ICMS – foram “pontuais”, segundo ela. “Outras têm de ser horizontais porque serão transformações que vão mudar nossa estrutura tributária”, afirmou.

De acordo com a presidente, a desoneração da folha de pagamentos é importante porque os demais países diminuirão o custo trabalhista após a crise. “Não se iludam, os países vão sair dessa crise com custo do trabalho menor. Nós temos que buscar a redução dos custos do emprego através da diminuição de impostos”, afirmou.

‘Estrita ética’

A presidente afirmou que a sociedade impõe “cuidado extremo” com o uso do dinheiro público e defendeu a ética e a transparência na gestão.

“Nós estamos mudando de patamar. Não porque queiramos a sociedade nos implorar patamares diferenciados. Ela impõe também um cuidado extremo com a questão do uso do dinheiro público. Esse é um país que não tem mais condições de levar em conta a mais estrita ética, a maior transparência e maior controle dos gastos públicos”, declarou.

A presidente defendeu critérios meritocráticos e técnicos de gestão.

“Isso não significa a despolitização no sentido maior da palavra política”, disse. “Porque sem vontade política, ninguém faz o Bolsa Família”, explicou.

Dilma criticou ainda o cadastro de programas sociais deixado por Fernando Henrique Cardoso, o mesmo utilizado atualmente para a concessão do Bolsa Família.

“Nós tivemos, óbvio, que fazer toda uma engenharia e uma tecnologia social. Criamos um cadastro, porque não existia cadastro. É conversa que tinha cadastro. Nós levamos um tempão para fazer isso. E para limpar o cadastro? E para identificar se não tinha gente em duplicidade. E até hoje fazemos isso”, disse.

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