segunda-feira, 31 de março de 2014

Arrecadação de impostos no RN cresceu 59% em cinco anos

A arrecadação de tributos junto aos potiguares cresceu 59,45% nos últimos cinco anos, considerando o somatório pago às esferas municipal, estadual, federal e à União. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e mostram que, somente em 2013, os norte rio-grandenses pagaram R$ 4,090 bilhões em tributos. Neste ano, de janeiro até a última sexta-feira, os valores pagos pelos contribuintes potiguares às diversas esferas de poder já tinham alcançado a casa dos R$ 900 milhões.

Para se ter uma ideia, apenas com o dinheiro que o potiguar pagou nesses três primeiros meses do ano, conforme o IBPT, seria possível comprar 33 mil carros populares. Ou 25 mil casas de 40 m². Ou 11 mil ambulâncias equipadas. Seria possível pagar 1.300 salários mínimos, ou o salário de 66 mil professores de ensino fundamental por um ano. São recursos que poderiam ser aproveitados para construir 3.100 postos de saúde equipados. Ou mais: asfaltar 776 km de estradas.

Mas de onde vem tanto dinheiro? Ao raiar de cada novo dia, o brasileiro levanta da cama e gira a torneira em busca de água (37%) para lavar o rosto e escovar os dentes. Vai à cozinha e prepara um café (16%), sem esquecer do açúcar (30%). Sai de casa, passa no posto e abastece o carro com gasolina (53%). Trabalha. Almoça (32%). Depois do expediente, toma uma cerveja (55%) com os amigos e come alguma coisa (32%). Vai para casa e dorme.

A cachaça é o produto que encabeça a lista dos itens com maior tributação, com 81,87%. Isso quer dizer que, ao comprar uma cachaça de R$ 20, por exemplo, o consumidor está pagando mais de R$ 16 apenas em tributos. O mesmo ocorre com outras bebidas e também com cigarros, sob o argumento de que, além de fazerem mal à saúde, esses produtos impactam em áreas como a saúde e a assistência social estatais, ao causarem danos à saúde de seus consumidores.

Também inseridos na lista dos mais tributados estão os videogames. Conforme dados do IBPT, 72,58% do preço desses produtos correspondem a taxas  e impostos. Sendo assim, é possível afirmar que, dos R$ 4 mil cobrados ao consumidor para adquirir um PlayStation 4 (PS4) no Brasil, aproximadamente R$ 2.900 correspondem a tributos.

Com os altos preços cobrados, os brasileiros acabam optando por outras maneiras de adquirir os produtos. É o caso do engenheiro eletricista André Barros, de 27 anos, que conseguiu adquirir seu PS4 através de um amigo que foi a Orlando, nos Estados Unidos. “O preço praticado aqui no Brasil não existe. Lá no Estados Unidos é 400 dólares”, explica. Com a cotação de hoje do dólar, na faixa dos R$ 2,26, o PS4 acaba saindo por R$ 900 tendo por base o preço americano. André acrescenta que, se não houvesse essa opção, ele não teria comprado o produto no Brasil.

Gasolina - Mas produtos de uso mais comum, como a gasolina, também apresentam tributos altos. Ao abastecer o carro na última sexta-feira, a médica Tânia Cabral se deparou com a gasolina reajustada há cerca de duas semanas. No posto onde ela abasteceu, o preço chegava à casa dos R$ 3,069. Tendo por base os 53% que incidem no produto, é possível dizer que, nos R$ 40 que ela abasteceu do combustível, cerca de R$ 20 eram relacionados a tributos. “É um peso muito grande no bolso da população e acho não temos o retorno desses impostos”, avaliou.

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