domingo, 30 de outubro de 2011

Casal em Natal inicia negócio com R$ 36 e conquista o sucesso


De Vinicius Albuquerque para O Poti

"Tudo começou com um cheque pré-datado no valor de R$ 36". É assim que o empresário Wilson Martins da Costa Júnior começa a contar sua história. Em 1997, juntamente com a esposa Maria da Costa Xavier, com este valor, ele foi a um supermercado e comprou os primeiros insumos para produzir sanduíches naturais e vendê-los em Ponta Negra. E assim a empresa Natalis, destaque em sanduíches leves, ganhou espaço no mercado potiguar, e se expandiu para cidades da Paraíba - como João Pessoa e Catolé do Rocha - e Recife (PE).

A história da empresa está muito ligada também ao apoio que teve do Sebrae desde os primeiros passos. Já em 2001, a Natalis fez parte do programa Novos Empreendedores que o Serviço de Apoio à Pequena Empresa cuidava. Na iniciativa, além de receberem capacitação e consultoria, as pequenas empresas eram inseridas em um programa para financiamento. Foi com esse empréstimo, que Wilson construiu uma nova cozinha, comprou motos para distribuir o produto e equipamentos para melhorar a produção.

"A partir disso, formalizamos a empresa. Depois participamos de outros programas do Sebrae como Empresa Viva e Empretec, além de cursos de gestão", conta o empresário. A apresentação do produto sempre foi um dos motivos de atenção constante para a empresa. Tanto que Wilson e Maria buscaram no Programa Sebrae de Consultoria Tecnológica (Sebraetec) o apoio para mudar a embalagem do produto. A iniciativa já atendeu, somente este ano, mais de 800 empresas para a melhoria de processos de produção, criação de novos produtos, mudança ou criação de design para marcar, sites, embalagens, entre outros serviços.

Os proprietários da Natalis acreditavam que, para enfrentar a concorrência, precisavam melhorar a caixa que armazena o sanduíche. "Orientamos que era preciso, inicialmente, fazer uma pesquisa de mercado e ver o que poderia mudar", explica a gestora do programa de Design do Sebraetec, Marijara Leal.

O levantamento analisou 12 pontos, ouvindo 145 consumidores em lojasde conveniência, cantinas, restaurantes e centros comerciais (os principais pontos de venda do sanduíche). E o resultado revelou que quase 70% dos consumidores queriam uma mudança no sabor: "Os consumidores destacaram que era preciso melhorar o recheio, diminuir a quantidade de cenoura e sal. Mas atentamos que, para que essa mudança no sabor fosse percebida, era necessário refazer a embalagem como eles desejavam inicialmente", conta Marijara.

Wilson Martins comemora o resultado do trabalho com o Sebrae. "Eles criaram uma embalagem mais competitiva. Até hoje não vii nenhuma tão boa quanto a nossa".

Capacitação

Antes da mudança definitiva, foram feitos testes com consumidores fazendo degustação para depois lançar o produto no mercado. Os conhecimentos de Wilson ajudaram nessa inovação. Em 2008, ele iniciou o curso superior de Gastronomia, concluído no ano passado. Agora, se prepara para se especializar em Segurança de Alimentos. "Estamos o tempo todo em movimento. A mudança serviu para aplicar na prática alguns dos conhecimentos aprendidos na universidade", declara.

Durante 11 anos, a empresa pesquisou ingredientes para substituir a maionese e o creme de lleite dos sanduíches. Foi então que eles identificaram a biomassa de banana verde - produto extraído através de um processo industrial. Mais leve, ele enriquece nutricionalmente o produto e tem amido resistente que ajuda a estimular o trabalho do intestino. "São 40% menos calorias e 200% a mais de fibras", comenta Wilson.

A empresa que produz 15 mil sanduíches ao mês, oferece nove sabores e mais três na linha light, chamados de sanduíche zero (feitos com a biomassa), faz sempre uma análise setorial para saber onde distribuir os produtos. "O sabor de frango com curry faz muito sucesso em Recife", exemplifica Wilson.

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