sábado, 27 de agosto de 2011

Acusado de estuprar criança de 5 anos é assassinado em presídio


Do Diário da Borborema

A Penitenciária de Segurança Padrão de Campina Grande-PB foi cenário de cenas de barbárie na tarde da última quarta-feira, dia 24. Júlio César Nascimento Cassemiro, de 38 anos, conhecido por “Gargamel”, que estava preso no local suspeito de praticar um estupro contra uma criança de apenas cinco anos, foi vítima de espancamento praticado por vários apenados. Ele foi encaminhado para o Hospital de Trauma de Campina Grande e acabou morrendo na tarde de quinta-feira, dia 25.

A agressão ocorreu dentro de uma das celas do isolamento da unidade prisional. A vítima havia sido detida no início da noite da última segunda-feira, dia 22, depois de praticar um suposto estupro no Conjunto Mariz, no bairro de Bodocongó.

O espancamento ocorreu por volta das 16h30, quando Júlio César foi retirado da cela onde estava recolhido sozinho, para uma outra que abrigava mais quatro outros detentos, todos no setor de isolamento da cadeia (local onde são abrigados os novos presos ou aqueles que não apresentam bom comportamento).

Conforme informações de agentes penitenciários, o espancamento teria sido praticado pelos presos Alessandro da Silva Santos, Ramilson da Silva, Sérgio José dos Santos e Janúbio Paulino dos Santos. Os quatro apenados ficaram revoltados com a presença de Júlio, devido às circunstâncias de sua prisão, e começaram a promover uma série de agressões.

Segundo a direção da penitenciária, a transferência do preso teve que ser feita porque o espaço onde ele estava acomodado seria usado durante a visita íntima. "Na quarta-feira, é dia de visita íntima, então precisávamos desocupar uma das celas do isolamento para que esse processo pudesse acontecer, como semanalmente isto ocorre. Ele começou a ser agredido, os agentes perceberam e imediatamente conseguiram contornar a situação", comentou o sargento Daniel Dias, atual diretor da unidade prisional.

Júlio César Nascimento foi brutalmente agredido com muitos socos e pontapés. Os detentos ainda o espancaram com golpes de garrafas plásticas que estavam cheias de água e eram utilizadas para realização de atividades físicas.

Investigação

A versão apresentada pelo diretor deverá ser contestada pela Polícia Civil, que já começou a investigar o caso. De acordo com a delegada Maíra Roberta Mendes, titular da 4ª Delegacia Distrital, no bairro das Malvinas, o caso chama a atenção pela agressividade do fato. "O detento foi muito espancado. Acredito que a duração deve ter durado mais de dez minutos porque a vítima saiu da unidade já em estado grave e foi socorrida por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192). Ouvimos os quatro envolvidos logo depois do ocorrido. Todos negam as agressões, mas não conseguem justificá-las. Nós iremos ouvir também os agentes e a direção do presídio que deverá prestar esclarecimentos", comentou a autoridade.

Júlio César Nascimento deu entrada no Hospital de Trauma por volta das 17h da última quarta-feira, apresentando um grave quadro de espancamento, com traumas em várias regiões do corpo. Ao receber os primeiros cuidados, ele foi imediatamente transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Porém, ele não resistiu e acabou morrendo.

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