sábado, 26 de novembro de 2011

No Rio, Dilma cita Lula e diz querer melhorar qualidade do setor público

Ela também pediu que crise econômica seja vista como 'oportunidade'.

Crise 'não acaba nem em um ano e, possivelmente, nem em dois', disse ela.


Do G1, em Brasília e no Rio





A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (25), durante a inauguração das novas instalações do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio, que o país deve aproveitar a crise financeira internacional para avançar na melhoria da qualidade do setor público. Com ênfase na gestão do governo federal para a saúde, ela defendeu a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) no país e mencionou o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse setor.
Dilma voltou a dizer que o mundo vive um momento "delicado" em razão da crise e previu que a situação "não acaba nem em um ano e, possivelmente, nem em dois".
"Estamos num momento muito delicado internacionalmente. É certo que a Europa ficará um tempo bastante expressivo em crise. Essa crise europeia não acaba nem em um ano e, possivelmente, nem em dois. A própria diretora do Fundo Monetário Internacional falou de uma década perdida para Europa. Eu não chego a tanto, mas acho que temos de ter consciência disso", afirmou a presidente.
Durante toda sua agenda no Rio, Dilma participou de eventos marcados por homenagens ao ex-presidente Lula, citado em discursos oficiais e festejado por servidores. No início da tarde desta sexta, durante a cerimônia de entrega do navio Celso Furtado 03, da Petrobras, funcionários da Petrobras gritaram seu nome, ao que Dilma respondeu, em discurso: "A grande qualidade do presidente Lula, talvez também por ter sido um peão como vocês, foi dizer que o trabalhador brasileiro sabe sim fazer casco, sabe sim fazer navio", comentou, antes de enumerar feitos da indústria naval.
Into
Ao lado do governador fluminense, Sergio Cabral, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes, Dilma citou pela manhã, na inauguração do Into, o ex-presidente Lula, de quem herdou as obras do instituto e a quem agradeceu pelo "empenho".
Em tom de brincadeira, mencionou uma "disputa" de preferência entre o governador do Rio e o prefeito da capital. "A disputa entre o Sergio Cabral e o Eduardo Paes, o Cabral está ligeiramente na frente porque usou o 'nunca antes neste hemisfério'." Ambos em seus discursos estimaram melhoras ao ex-presidente, que passa por tratamento contra um câncer na laringe.
A presidente também disse que o ex-presidente "com certeza" estaria assistindo à cerimônia de inauguração do Into. "Ele [Lula] sempre acompanha todas as atividades em que eu e o governador Cabral estamos", disse.
Dilma ainda reforçou o discurso de que o país deve usar a crise econômica internacional como "oportunidade". Segundo ela, as prioridades do governo são, além de melhorar a qualidade do setor público, garantir que o setor privado continue investindo e a população permaneça consumindo. Também mencionou que, com o potencial europeu reduzido por conta da crise - cuja recuperação avaliou não ser tão longa quanto os próprios europeus esperam -, o país deve aumentar sua autonomia para produzir tecnologia.
"Acho que nós temos de ter consciência que também os EUA não estão numa situação muito favorável, mas, ao mesmo tempo, temos de ter consciência do seguinte: sempre se falava que crise também é oportunidade", disse.
O ministro Alexandre Padilha, da Saúde, que também foi ao Rio para a inauguração, disse que a transferência dos pacientes do antigo prédio do Into para o novo foi uma "operação de paz", numa alusão à operação com unidades de polícia pacificadora do governador Sérgio Cabral.
"Vamos fazer três vezes mais cirurgias do que no prédio antigo", disse o ministro. Padilha mencionou ainda que o Into pretende ser uma retaguarda para as Olimpíadas e ajudar na recuperação da Zona Portuária.

A presidente Dilma Rousseff, ao lado do governador do Rio, Sergio Cabral, durante solenidade de entrega de navio da Petrobras. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)A presidente Dilma Rousseff, ao lado do governador do Rio, Sergio Cabral, durante solenidade de entrega de navio da Petrobras. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
PetrobrasNa parte da tarde, durante a cerimônia de entrega de navio da Petrobras, Dilma destacou retomada da produção naval nacional, atribuindo o feito ao governo do ex-presidente Lula. "Nós não vamos transferir emprego para outros países do mundo. Os empregos gerados no Brasil serão mantidos no Brasil. Isso é igual a conteúdo nacional", completou.
"Nós pagamos o FMI [Fundo Monetário Internacional]. Ninguém manda em nós. Não há nenhuma vontade além da nossa. Por isso, como não há nenhuma outra vontade além da nossa própria vontade, quero dizer para vocês que nós precisamos com muita força [...], que nós podemos transformar cada dia mais o nosso país", completou.

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