terça-feira, 25 de junho de 2013

A proposta de pacto pela governabilidade


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O quadro político atual está assim.
  1. As manifestações mudaram totalmente  o foco das políticas públicas no país inteiro. Foi necessário um tremendo choque de realidade para que governantes colocassem, finalmente, o cidadão como centro maior das políticas públicas.    
  2. As manifestações decretam o fim do modelo político-institucional criado pela Constituição de 1988 e colocam em xeque o modelo do presidencialismo de coalisão. E lançam no ar a grande questão: como garantir a governabilidade dentro da nova moldura político-partidária?
  3. Depois do choque sísmico da última semana, há um período de assentamento, com alguns tremores aqui e ali, dando margem à ação de provocadores, mas tendendo a refluir nos próximos dias.
  4. Há também um frenesi da classe política, buscando respostas para a crise. Falou-se em nova constituinte para referendar nova reforma política.
  5. Há analistas usando raciocínios dos anos 80 e 90 para explicar a atual crise de contemporaneidade. Até hoje usam penicilina para qualquer forma de infecção. Uns sustentam que a culpa é da política econômica, outros que é da corrupção. Ainda o mais lúcido dos oposicionistas, Fernando Henrique Cardoso definiu bem o momento: a crise é de todo o modelo e partido nenhum pode pretender tirar vantagem.
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Ontem à noite, a presidente Dilma Rousseff sua proposta de construção de cinco pactos no país. Um pacto por responsabilidade fiscal; outra pela reforma política com plebiscito popular para uma Constituinte exclusiva; um pacto pela saúde, outro pela educação pública, outra pelo transporte.
Logo após, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, soltou uma nota aceitando a proposta de debate da presidência da República com governadores e prefeitos.
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Por trás de todas essas movimentações, a constatação de que não interessa a ninguém responsável a desestabilização do regime. E que todos os partidos, políticos e instituições estão no mesmo barco, devendo uma resposta conjunta ao país.

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