sexta-feira, 22 de julho de 2011

Professores da Uern participam de audiência em Natal

Paralisação das atividades na instituição de ensino superior do Estado já chega a 51 dias


Representantes da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ADUERN), juntamente com o reitor da instituição, Milton Marques de Medeiros, se reúnem hoje, em Natal, às 16h, com a equipe do Governo.

O encontro deve contar com a presença de uma equipe de secretários, sendo eles o chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, o responsável pela Secretaria de Administração e Recursos Humanos, José Anselmo de Carvalho, e o secretário de Planejamento e das Finanças, Obery Rodrigues.

As atividades na instituição continuam paralisadas. Durante a assembleia realizada na manhã de ontem, 21, na sede da Aduern, a categoria decidiu manter o movimento grevista.

“Porque, até o momento, a gente está sem resposta”, explica o presidente da Aduern, Flaubert Torquato, ao se referir à proposta enviada ao Governo do Estado há vários dias, para a qual ainda não houve um posicionamento.

A expectativa dos professores é de que seja apresentada uma resposta às reivindicações expostas. “A nossa situação é diferente das demais categorias”, afirma Flaubert Torquato, mencionando que os demais funcionários do Estado saíram da greve após acordos.

“No nosso caso, nós não temos até agora, 51 dias depois do início da greve, nenhuma resposta às nossas reivindicações”, comenta. “Espero que não seja frustrante, porque nós não temos, até agora, nenhuma resposta”, ressalta o presidente da Aduern, confiante no resultado do encontro de hoje.

Enquanto isso, em termos de dias de paralisação, a greve já se aproxima do maior movimento paredista realizado na Uern, quando as atividades foram suspensas por 64 dias, no ano de 2007. “Esperamos que não seja preciso nem empatar, nem ultrapassar”, comenta Flaubert Torquato. “Já estava mais do que na hora de o Governo sentar com a Aduern”, acrescenta.

Apesar do tempo decorrido desde a deflagração do movimento, o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, considera que a questão da Uern está sendo bem encaminhada. Para ele, o problema da universidade é orçamentário e, quanto a isso, a responsabilidade não é dessa gestão, pois foi o ‘governo anterior quem elaborou o orçamento’. “A gente vê a Uern com visão no futuro”, diz o secretário.

Desde que foi iniciada a greve da Uern que o reitor da instituição, Milton Marques de Medeiros, tenta intermediar as negociações entre as categorias que compõem a universidade – professores, servidores e estudantes – e o Governo do Estado.

Em uma dessas tentativas, o reitor entregou à equipe do Governo a contraproposta elaborada pelos professores que trata, além da readequação salarial, de pontos como a definição do cronograma de descontingenciamento do orçamento da universidade e criação de uma comissão para definir normas e percentuais de autonomia financeira para a instituição. Até agora, no entanto, a categoria não alcançou nenhuma resposta.

Na semana passada, quando o reitor esteve em Natal, ficou certo de que a equipe do Governo realizaria um estudo aprofundado das propostas e viria, esta semana, a Mossoró. Esse pedido de análise já havia sido feito na semana anterior, quando os secretários informaram que a decisão final ficaria por conta da governadora.

O secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, informa que esse estudo foi realizado, e apesar de todo o tempo decorrido, ele afirma que a audiência será para “começar a discussão”.
“O reitor nos trouxe a reivindicação dos três setores e vai ser discutido, porque esse tipo de coisa não se discute no papel”, acrescenta o secretário, que disse que não tem como formalizar uma proposta para responder aos 36 pontos elencados no documento elaborado pelos docentes. “Nós estamos abrindo uma discussão sobre as propostas dos professores”, complementa.

ASSEMBLEIA

Depois da audiência, a direção da Aduern irá convocar uma assembleia para repassar a situação para a categoria com relação à contraproposta do Governo. Somente após esse momento, os docentes da universidade decidirão se mantêm ou não a greve. O encontro, provavelmente, será na segunda ou terça-feira.
 

gazetadooeste.com

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